Não existe transformação sem perda.

Ouvi essa frase, em um curso com a Patrícia Weiss. O contexto em que ela trouxe essa pérola de sabedoria foi a transformação do olhar para a construção de narrativas. Entretanto, extrapolando para a vida, há momentos em que nos vemos diante de uma encruzilhada. Tentamos prever, pesar, avaliar, projetar, acreditando que podemos controlar o destino. Mas a verdade é que, quando falamos da vida, não existe “se” ou “quando”.

- “Se eu tivesse feito isso, provavelmente hoje eu seria aquilo, ou estaria naquele lugar.”

- “Quando eu for para tal lugar, serei assim ou assado.”

Essa tentativa de controle é ilusão. Não podemos refazer o passado, tampouco adivinhar o que o futuro nos reserva.

Dessa maneira, o que nos resta é o tempo presente. Com uma única certeza: tudo muda. Sempre. E a natureza está sempre nos apresentando isso, de forma resignada e natural. Há o tempo de semear, florescer, frutificar, colher e morrer.

Nesse ciclo de transformação, acontece um processo de dissolução do que não serve mais. A árvore, por exemplo, vai largando suas folhas e recolhe toda sua energia nas raízes, para conseguir atravessar o Inverno, segura de que a Primavera virá novamente. A perda é inexorável pois ela nunca mais será a mesma. Seu tronco engrossará, as folhas terão outras cores e as flores também.

É preciso aceitar essa lei da natureza e fluir com a naturalidade. Perceber quando é hora de soltar as folhas e renascer.

Não digo que é fácil. Nunca saberemos se era melhor o caminho A ou B. Mas, prefiro seguir minha intuição e simplesmente ir.

Bj bj