Desapega ato 1: como descartar o que é mais fácil.

Isso fica!

Isso vai!

Não, espera um pouco...mas, e se eu precisar disso, um dia?!

Essa clássica dúvida é responsável por grande parte do acúmulo que mantemos em casa e, portanto, da energia estagnada. Quantas vezes você se viu diante de uma pilha de livros, roupas, sapatos e teve esse bloqueio?

Esse tipo de apego varia de cultura para cultura. O que observo, nas minhas andanças, é que a herança dos imigrantes, fugidos da guerra, das ditaduras ou da desesperança, traz consigo essa síndrome do "mas, e se...". Como filha de portugueses imigrantes, também herdei esse padrão de comportamento, mas fui me libertando dele, à medida que estudei os princípios do Feng Shui e da cultura oriental.

Se tiver de escolher três conselhos para alguém que me pede dicas de Feng Shui, eu recomendo: faça uma boa faxina, conserte o que está quebrado e livre-se de tudo o que não usa. Para isso, existem vários métodos de arrumação. Mas tem um que recomendo de olhos fechados: o Método KonMari.

Estava eu de férias, em Portugal, procurando livros sobre Feng Shui, quando me deparei com o best-seller "Arrume a sua casa, arrume a sua vida", da autora Marie Kondo. O Método KonMari de limpeza e organização transformou-se num fenômeno mundial. A princípio, achei que seria mais um modismo. Porém, voltando das férias, resolvi aplicá-lo como estratégia de preparação para a reforma que eu iniciaria, dali a poucos meses.

Se você anda às voltas com a arrumação da casa, e não consegue terminar essa tarefa, recomendo o Método KonMari desse livro.

A seguir, vou contar, tim tim por tim tim, como foi a minha experiência. Mas posso adiantar a resposta à sua curiosidade: sim, funciona!

Vale a pena ler os livros dela, mas resumo aqui as principais dicas para você ser bem sucedido nessa empreitada da arrumação:

Dica 1

Não comece sua arrumação por um cômodo, mas por uma categoria. Quando arrumamos cada local separadamente, não percebemos que estamos repetindo o mesmo trabalho várias vezes. Esse círculo vicioso aprisiona, pois você sempre vai encontrar itens que achava que já tinha arrumado, em outros cômodos. Marie Kondo chama isso de efeito boomerang.  A ordem que você deve seguir, segundo o método, é:

  • Roupas: aqui entram também os acessórios, sapatos, bolsas, malas, sacolas, roupas de cama e banho. Até a roupa que está para lavar. Junte 100% dos itens dessa categoria que estão espalhados pela casa;

Empilhe todas as suas roupas. Fique apenas com aquelas que te representam. Não economize as que gosta mais. Pelo contrário, use-as com frequência, inclusive dentro de casa.

Descobri que era uma centopeia...mas decidi ficar só com os pares de que gosto mais.

Roupa de cama, mesa e banho. Só ficaram alguns jogos para o dia-a-dia e outros de valor afetivo, como as toalhas da Ilha da Madeira.

  • Livros: de todos os gêneros e tamanhos;

De longe foi a parte mais difícil para mim. Defini o espaço que eles ocupariam e o tipo de livros que eu manteria: Feng Shui, Culinária, Portugal e Fotografia. Os outros foram doados e adotei o Kindle como melhor amigo!

  • Papéis: contas, manuais e garantias de eletrodomésticos, material de escritório em geral;

Apólices de seguro vencidas, extratos antigos de cartão de crédito. Opte por comprovantes digitais e libere espaço nos armários.

Vai por mim, você nunca vai usar qualquer manual. O Google vai resolver a maior parte das suas dúvidas. Guarde apenas as garantias, com a nota fiscal, enquanto estiverem dentro do prazo. Joguei pilhas de manuais de aparelhos que nem tenho mais...

  • Komono (objetos variados): decoração, CDs e DVDs, maquiagem e cremes, máquinas fotográficas, celulares, estojos de costura, medicamentos, utensílios de cozinha, louças, produtos de limpeza em geral;

Minha amiga artesã ganhou todas essas pecas que estavam esperando o dia que eu retomaria as aulas de mosaico...

  • Lembranças: fotos, bilhetinhos, desenhos dos filhos, etc. Desse item, vou falar no próximo post.

Dica 2

Essa parece maluca, mas é FUNDAMENTAL. Junte em um único lugar, todos os itens de uma mesma categoria. Ao ver a montanha que se forma você terá clareza do que fica e do que vai embora. A dramaticidade desse passo é essencial na triagem do que realmente deve ficar.

Dica 3

Não comece pelo mais difícil. As coisas que trazem memórias, como as fotografias, vão te paralisar. Deixe esse item para o final, quando todo o restante já estiver arrumado.

Dica 4

Nem pense em arrumar as coisas antes de se livrar de tudo o que não precisa. Fuja da tentação de comprar montes de caixas para guardar coisas. Provavelmente, o que você já tem será suficiente para acomodar o que sobrar. Ao contrário, livre-se de armários. Reduza.  Eu retirei um maleiro inteirinho do meu office e ganhei leveza em troca!

Essa mancha branca na parte superior da parede, marca o local onde havia um maleiro, cheio de coisas paradas

Dica 5

Doe. Sem medo de ser feliz. Digo que generoso é quem aceita receber aquilo de que você não precisa mais. A energia de quem recebe algo que você doou é tão boa, que vale mais do que qualquer montante que você venha a ganhar vendendo seus pertences.

A desordem ou o acúmulo são distrações para aquilo que precisa ser encarado de frente. Muitas vezes, servem de procrastinação para as resoluções que precisamos tomar. Tirá-los da frente nos obriga à ação. Antes de começar a arrumação, pergunte-se porque está fazendo esse movimento. Seja lá qual for a razão, ao final você vai concordar que só quer ter por perto o que te faz feliz. Esse critério será seu gabarito na hora do descarte. 

Livre-se do que não te faz feliz e verá os efeitos na sua vida, em outras dimensões: trabalho, relações, família, etc.

Observe. É mágico.

Até a próxima!

Bj Bj

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Leia os outros capítulos:

Mude sua casa e mude sua vida! 

Pedra Fundamental: o propósito da mudança.

Temperamento: sua casa tem e pode mudar.

Mudar ou reformar? Como o Feng Shui pode ajudar nesse desempate.

Diga-me com quem andas e a reforma terá a sua cara.

Desapega ato 1: como descartar o que é mais fácil.

Desapega ato 2: como descartar o que é mais difícil.

Mudanças estruturais externas: planta, acessos e proporções.

Mudanças substanciais internas: sentimentos, bloqueios e resoluções.