Especial Seminário Internacional de Feng Shui: pé de vento.

Hoje, o dia estava programado para explorarmos o trigrama Vento, a área do Ba Guá que representa a Expansão ou mais comumente conhecida como área da Prosperidade.

Aqui, faço uma pausa para esclarecer que Prosperidade, no sentido do Feng Shui, nada tem a ver com ganhos financeiros, apenas. Essa interpretação simplificada foi muito difundida, ajudando a criar a falsa expectativa de que ao colocar um símbolo de riqueza nessa área da casa, automaticamente o dinheiro apareceria. 

Na verdade, no sentido correto da leitura, a expansão pede ação para realização dos seus dons. Os ganhos são consequência. Daqui pego o gancho para contar as aventuras do dia.

Dia 4 - Sun, Expansão

Invocamos o vento e ele veio com toda a sua força. Começamos com um dia extremamente úmido e ventoso. E fomos ao ponto mais alto de Sintra, onde as condições climáticas eram ainda mais extremas.

Na subida à Pena, a mística e a neblina envolvem a floresta densa e repleta de espécies do mundo todo.

Chegando ao Palácio da Pena, a neblina mal deixava ver a construção. Nosso guia explicou a origem da palavra Pena: por ser um lugar muito, muito alto “acima no céu, só os pássaros” (Pena no sentido da pena dos pássaros). Mais uma vez, o vento estava presente no nosso caminho.

Palacio da Pena envolto no "bafo do dragão".

Essa busca por expansão, nem sempre é fácil. A chave está no movimento, na ação. Durante todo nosso trajeto, muitos símbolos cruzaram nosso caminho, lembrando o significado dessa área no Ba Guá. 

A escultura no pórtico da entrada no Palácio nos lembra que, para alcançar o outro lado, é preciso encontrar a chave. 

Repleta de símbolos, a arquitetura desse Palácio de verão da Coroa é fruto da criatividade de D. Fernando II, com referências arquitetônicas de influência manuelina e mourisca, em meio ao Romantismo do século XIX em Portugal

Sem dar trégua, o vento nos manteve juntinhos e encapuzados para fugir da chuva.

Meus companheiros de ventania

A próxima parada seria o Convento dos Capuchos, com arquitetura espartana em contraste absoluto com a opulência do Palácio e a floresta luxuriante. Não fosse esse o dia dedicado ao vento...

O mau tempo nos impediu de visitar o Convento dos Capuchos

Fato é que tivemos de mudar a velas e rumar para o Cabo da Roca, pois o lamaçal formado pela constante chuva miúda não permitia que o ônibus fosse ao Convento.

Fazendo um paralelo com a nossa vida, nessa busca, nem sempre o caminho que planejamos é o que o universo nos reserva. Então, no lugar de lutar contra a força maior, melhor é aceitar e não nadar contra a corrente. Ou simplesmente, boiar como uma pena, ao sabor do vento.

E lá chegamos, no ponto mais ocidental da Europa, no limite da expansão desse continente. Assustadoramente forte, o vento levantava as capas, dobrava os guarda-chuvas e a molhaceira foi geral.

Essa foi a unica foto do Cabo da Roca que consegui fazer, rsrsrs

A virtude do Vento é a suavidade. E assim terminamos o dia, lançando ao vento nossas buscas para que as sementes caiam em terra fértil.

Bj bj e até amanhã

Segue o link para os outros capítulos desse diário de bordo, feito com muito carinho:

Especial Seminario internacional de Feng Shui - Vamos começar pelo começo

DIA 1 - Kan, Destino/Missão de Vida - A Bela Sintra

DIA 2 - Kun, Relacionamentos - O que a natureza ensina

DIA 3 - Chên, Ancestralidade/Família - A vila das Rainhas, Óbidos

DIA 4 - Sun, Expansão - Pé de vento

DIA 5 - Centro - Sentimento é a chave

Dia 6 - Ch’ien, Amigos/Ajuda do Céu - O Criativo

DIA 7 - Tui, Criatividade/Futuro - O futuro encontra o passado

DIA 8 - Kên, Autoconhecimento - A escolha faz o caminho

DIA 9 - Li,  Realização - O poder da realização